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  • Foto do escritorEMCARNEVIVA

Todo o amor, numa só garrafa!

E ele conseguiu, de uma só virada,

de um só rasgo, de cabeça levantada.

Como podia ser?!

Todo o amor, numa só garrafa!?


Ali estava ele, sozinho naquela praia,

naquela que o afastava do mundo,

mas a única que o ligava a todo o amor.

E que tamanho amor,

para tão pequena garrafa!


Ele que tentara a preencher,

vezes e vezes sem conta,

mas...

ou a garrafa não passava a rebentação

ou as palavras eram muitas e a mais.


O incurável romântico,

na praia da inspiração,

da escrita indomável

e de olhos fechados.


Não havia mais nada do que o barulho do mar,

a brisa do vento

e o pôr do sol contínuo.

Tudo em suspenso, sem fim

e em reload permanente.


Quem era este homem que escrevia, sonhava e suspirava?

Objetivava o amor,

como se tal fosse possível!

Reescrevia obsessivamente as mais bonitas palavras que encontrava.

Aquelas, que o deixavam resplandecido,

que o deixavam, extasiado

e de lágrimas em chamas!


Todo o amor, numa só garrafa!

Qual náufrago encontrado,

qual bússola sem rumo,

era de amor que se tratava!

E, quanto a isso,

não há nada a justificar,

apenas...

Escrever e lançar ao mar.


Chegado o dia,

encontradas as palavras,

tudo podia acontecer:

o mar agigantar-se,

o céu acinzentar,

a areia afunilar...

Mas...

as palavras estavam lá dentro,

carregavam este mundo e o outro.

Mundos cor de rosa,

de algodão doce e bondade.

O amor, aliás,

nunca, mas mesmo nunca,

pode rimar com maldade.


Todo o amor, numa só garrafa?

Sim, com todos os sorrisos e lágrimas de alegria,

é possível, numa só garrafa,

todo o amor do mundo lá caber,

todo...

Todo o amor, numa só garrafa!


3/7/2019




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