Quem sou eu? Quem és tu?

Quem sou eu?

Quem és tu?

Entre o reflexo do espelho,

misturo-me entre estas duas questões.

Não sou nada,

mas quero toda a verdade do mundo.

Qual ingenuidade perdida?!

Qual frustração instalada?!

Quero a verdade!

Quero ser eu.

Quero que sejas tu!

Quero...

quero que nos contemos as ilusões que temos

e aquelas que escondemos,

mesmo até de nós próprios.

Sou um filho de não sei quem,

mas amo a minha mãe

e quero que saibas também que te quero mãe, comigo, agora!

É pegar ou largar!

Quem sou eu?

Quem és tu?

Somos a ilusão e a esperança que nos impusemos,

que criámos, que sonhámos.

Somos terra, céu e mar,

somos sangue, quente e corrente,

somos um olhar fixo,

um coração apertado,

uma boca fechada,

uma lágrima libertada.

Somos...

Tudo ou somos nada!

Somos pai e mãe, somos...

Amor cego e lúcido

que dará vida ao mais belo ser deste mundo e doutro!

Quem sou eu?

Quem és tu?

Somos... o homem e a mulher que tanto queremos,

assim, sem mais nem menos!

Somos esperança e somos terra.

A terra que nos viu nascer

e que dela brotará outra vida,

mas uma vida bela.

Tão bela que só poderá vir de nós!

Quem sou eu?

Quem és tu?

Não sei.

Também não nos interessa.

Somos eu e tu.

Tu e eu.

A verdade só nossa!

20/01/2019