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  • Foto do escritorEMCARNEVIVA

Que nem montanha russa.

Acordo triste e vazio com tudo o que não fui

e com tudo o que não tive.

Sou montanha russa todos os dias!

Num só dia beijo a liberdade e a sanidade,

tanto como me afundo no vazio que me suga todo o meu eu.


Ai... quem me dera sentir um FMI todos os dias da minha vida!

Ser José Mário Branco à noite e um parolo durante o dia.

Pelo menos vivia a felicidade ingénua de uma criança,

pelo menos saboreava o vento e sorria,

sorria apenas por existir, por desfrutar da vida.


Sou montanha russa no modo como vivo,

no modo como sonho,

naquilo que sou e naquilo que não queria ser.


Num dia sou um andor nas mãos de profetas,

no outro sou tapete sacudido aos ventos.

Sou isto, sou aquilo.

Sou tudo e não sou nada.


Jorra-me criatividade na escuridão da solidão,

saem-me palavras e emoções por tudo o que são poros,

esgoto as palavras num safanão e num sopro.

Tudo é repetido, tudo é gritado, tudo é sentido...


Sou montanha russa, assumo!

Quero o mundo a andar em frente,

quero a emancipação das mulheres,

quero a humanidade nos homens,

quero...

Quero tudo e não quero nada!


Quero amar, como se eu soubesse o que era o amor?!

Quero apaixonar-me, mas receio a dor da paixão.

Quero ser coerente,

mas o que penso e o que faço nem sempre se encontram.


Sou culpado deste mundo e do outro,

salvador incansável...

O tal que salva quem não quer ser salvo por si,

mas que se salva no seu próprio afogamento.

Afogo-me em mim, por querer salvar tudo,

por querer não me salvar

e ser o poço que tanto evito!


Que nem montanha russa...

Contra tudo e contra todos,

mas digno de ser eu.

Ser eu: autêntico,

ser eu: com o mundo,

ser eu: para o mundo,

ser eu: no meu mundo,

ser eu: sem mundo,

ser...

Que nem montanha russa!

7/02/2019




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