Paro para não partir

Parei para me encontrar! Quis agarrar–me e colocar–me nos carris certos… Mas… a minha viagem não quer partir! Não quero outro bilhete, não quero outro rumo! Aquele ou… ou então espero,

sem horários, sem datas! Mas...

de peito bem aberto

e de memória em sangue!

Apaixonei-me pelo pouco que tive, por aquilo que ainda penso vir a ter, por tudo...

quero me iludir que era ela! A tal!

a tal que me faz amar,

mas que me faz desistir de mim!

Quero fugir para bem dentro de mim, para perto do meu medo em receber um não! Em ser abandonado, antes mesmo,

de já me ter abandonado!

Assumo a inveja, o desejo em querer e não me deixarem, em não gostarem... em me recusarem amar! Anseio ser eu,

na minha fragilidade única de exprimir a dor!

Grito que amo, que me guardarei para ti! Que me aprisionarei e passarei por cima do tempo, da vida, de mim…

Só para te dizer: amo–te!

... Viverei por esse momento, ansioso e na espera por

... finalmente, a tua fuga parar!

Não me amas?!... partirei…

... Tento, finjo que vou... mas paro,

paro para não partir...

... longe de mim, mas perto de ti!

05/10/2007