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  • Foto do escritorEMCARNEVIVA

Onde está o amor?

E ele não saía do degrau da porta de casa.

Sentado, olhava para o fim da rua e...

não a via.

Sabia que ela apareceria.

Sorria lentamente e perguntava:

Onde está o meu amor?


Via as crianças brincarem

e sentia o coração calmo,

com uma ternura apaziguadora.

Não a via...

apesar de julgar a ter encontrado algumas vezes,

percebia que ela estava sempre por vir.

Sentia-a, sonhava-a, imaginava-a...

Onde está o seu amor?


Todos os dias se preparava,

todos os dias pensava que ela chegaria.

Parecia que tudo era terreno,

ao pé desse desejo,

desse sentimento,

desse: por vir.

Mas que nunca vinha,

mesmo que ameaçasse...

mesmo que...

Onde está o seu amor?


Entristecia, mas, cada vez mais,

a esperança aumentava,

o está por vir crescia,

a lágrima abraçava o sorriso,

a dor entrelaçava-se no: amo-te!

Olhava mais uma vez,

mesmo sabendo que não era hoje.

Mas podia ser amanhã,

podia ser, podia ser...

Onde está o seu amor?


E ele sentado no degrau da porta de casa.

O tempo passava vagaroso,

mas não tanto como a sua espera.

A espera pelo amor maior,

o amor, que desde a sua primeira paixão,

o fazia acreditar que viver,

que viver apenas se amarmos!

Se amarmos nem que seja no nosso último dia!

Onde está o seu amor?

Onde está...

Onde está, afinal, o meu amor?

E mais uma vez olhou para o fim da rua,

olhou, sorriu e... aguardou,

aguardou serenamente...


7/12/2019



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