O que é o amor? Perguntou a paixão.

Juro que não sei o que é o amor!

Também não sei, se sei amar,

ou o que está escrito sobre esta palavra.

Esta palavra que baila na boca do mundo,

assim, num repente.

Para uns, não há muro nem portagem que a pare,

para outros, medos infinitos pelo seu significado.

Em nome do amor, tanto já se fez,

mas tanto, também ficou por fazer.

Um... amo-te para sempre!

Um... quero-te ao meu lado!

Será isto o amor?

A perpetuação da afinidade pelo que o outro é?

Tenho medo do amor! Diz a paixão assolapada.

Tenho medo da paixão! Diz o amor em espera.

Quem está apaixonado, não ama! Dizem os sábios.

Amor para aqui, amor para ali...

Não quero saber de definições,

não quero saber de desilusões!

Quero amar-me e amar,

mesmo sem saber o que é o amor!

Não me interessa,

não quero nomes,

quero... sentir,

sim, quero sentir!

Se a dor de barriga passa e a admiração fica,

se a loucura evapora e o sorriso e a mão dada persistem,

se a visão turva se transforma em transparência fina,

dizem que o amor, finalmente chegou.

Mas... é assim?

Não avisa? Chega e pronto?!

Desculpem, mas assim não quero,

assim, assim prefiro não amar,

prefiro suspirar e ser eu própria,

igualzinha à minha natureza!

Àquilo que me define!

Eu, a paixão,

o rasgo das amarras,

a incoerência das incoerências,

a dor e os apertos irracionais,

a.... paixão,

eu, a louca paixão!

Afinal, volto a perguntar:

Mas... afinal o que é o amor?

7/6/19