O nós que há de vir...

Sai da água e ao longe te vi,

cheguei perto, abracei-te pelas costas.

Mais uma vez não falamos.

O amor sente-se e eu senti-o,

senti-o como nunca antes tivera sentido!

Coloquei a mão no teu ventre,

senti o palpitar do nosso amor.

Sorriste-me ao de leve,

com o teu queixo no meu ombro e...

eu percebi que era este o momento!

O nós, criava um novo ser,

o nós, juntava os nossos eus!

Senti-me frágil, a tremer,

era esse o momento,

tu sabias e eu passei a saber!

Rimos que nem uns loucos,

elevei-te com os meus braços

para que tocasses as estrelas

e anunciasses ao mundo

tudo aquilo que acontecera!

Era amor, era respeito,

era desejo, era inocência,

era vida sã e alegria!!!

Afogamo-nos nos braços um do outro,

esperamos meses naquela praia,

por debaixo daquela árvore,

pouco falamos, apenas...

Apenas aguardamos e olhamos para o teu ventre,

para a tua vida,

para a nossa vida, para a...

a vida que brotará deste amor,

deste amor sadio e infinito,

que gera lágrimas, de tanto parecer um sonho...

Um sonho?!

Não, algo mais que estará para vir,

que estará para ser inventado.

Não caberá no Universo,

mas...

estarei cá para o receber...

Um dia... eu... nós...

Luís Mestre

5/9/2018