O amor é sempre uma ilha!
- EMCARNEVIVA
- 28 de mai. de 2020
- 1 min de leitura
Ele olhara-a ao longe pela primeira vez,
aliás, parecia-lhe sempre o início, cada vez que a via.
Ela era clara, mas enigmática,
selvagem, mas sociável.
Ela era a ilha de onde ele não queria escapar.
Qual náufrago escondido,
qual tempestade bem-vinda!
Ela era tudo o que lhe faltava!
Ela era abraço,
ela era cheiro,
sabor e melodia...
Uma melodia infantil, mas forte,
incapaz de ser repetida e decifrada.
O amor deles não tinha rede,
mas nunca se libertavam das amarras,
dos medos, dos desejos...
Beijavam-se carnivoramente,
apertavam-se sem se magoar,
abraçavam-se e fundiam-se um no outro.
Eram ouro sem preço,
eram água sem sede.
Assim, sem mais nem menos!
Fingiam a paixão, porque já se amavam,
sempre se tinham amado...
Ela entrou na água,
ele ficou a olhar na areia quente,
sorriram e ela olhou a ilha.
Ele temeu-a perder,
mas também sabia que nunca a ia ter.
Ela continuou, olhou levemente para trás e...
Ele olhou, continuou a sorrir.
Por fim, ela e a ilha desapareceram.
Ele fechou os olhos,
continuou a sorrir e confirmou,
confirmou que a ilha eram eles!
Eles eram a ilha por descobrir,
uma ilha sem dono.
Em que apenas o mar era o limite,
porque o amor,
o amor, esse não tinha fronteiras,
esse tinha dispensado a paixão
e definia-se como uma melodia,
uma melodia indecifrável,
mas que só os dois conheciam.
O amor?
O amor é sempre uma ilha,
da qual não queremos e nem sabemos sair!
27/05/2020

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