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  • Foto do escritorEMCARNEVIVA

Falhei todas as paixões!

Falho e volto a falhar,

os porquês nem se colocam

e a tristeza, essa é contínua.

Afogo-me nas ilusões que criei

e nos traumas que me afundaram.

Oscilei entre o êxtase da descoberta,

e o desacreditar que o dia tinha chegado.

Que aquele momento porque tanto sonhara,

estava à minha frente, mas...

Mais uma vez, a partida era falsa,

nunca sequer tinha existido.

Eu não servia,

ela era intocável!

E eu? Tinha falhado!

Falhado redondamente...

Sentia-me um náufrago isolado,

com todas as fugas esgotadas,

mas que não me rendia!

Só via as minhas eternas paixões,

uma atrás de outra a encherem-me os dias,

a fustigarem-me de dor,

a arrasarem-me por completo!

Eu, um ser sempre incompleto...

Sentei-me no tal banco de jardim.

Contemplei as memórias,

as imagens de todas elas,

os seus sorrisos,

os seus toques.

Revivi todos os casamentos imaginados,

todos os filhos adiados,

todo o amor desperdiçado,

todas as perguntas sem resposta,

todas as esperanças repetidamente perdidas.

Todos os “mas”,

todos os porquês inexplicados.

Tudo ilusão!

...

Falhei todas e...

Falhei-me!

Ao meu desacerto, nenhuma escapou!

Levanto-me com todas as memórias que me arrasam,

que me destroem,

que me dilaceram de alto a baixo!

Falho, mas não me sinto falhado.

Choro, mas não me sinto derrotado.

Silencio-me, mas grito de coragem!

Levanto a cabeça,

afasto-me por entre a multidão,

levo todas elas comigo,

todas as paixões pelas quais lutei,

e pelas quais, tão bem falhei!

Falhei todas!

Todas as paixões!

24/04/2020





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