Quero ouvir vozes, quero falar sem pausas, quero ser escutado, aliviar a dor que sinto! Mas não quero esquecer... Também não quero o presente, perpetuo o passado indefinidamente, para acreditar que o amanhã...
o amanhã só pode ser o que foi antes!
Numa noite de gritos e delírios, tentei ser escutado e escutar! Não me iludi com as vozes, por já esperar que ouvisse apenas uma, aquela que me aprisiona
e para a qual não me quero libertar!
Uma voz... “pegou” em mim, como se o peso deste amor cego fosse ar, um ar intenso, mas com asas! Sem justiça e sem regras, mesmo que cego, surdo e louco, tentou-me acalmar! Tentou-me suster as lágrimas, para ainda me salvar, da ânsia...
da ânsia em me afogar...
Esta voz não tem rosto,
não tem cheiro!
Não tem data para ter corpo
ou sequer para ter olhos...
Não quero ver a voz, quero apenas senti-la! Quero apenas que me sossegue, do amor louco que me aprisiona a vida! Não quero encontros,
não quero “ses”, nem porquês!
Quero amar e ser amado! Falar e ser escutado, por uma voz sem rosto, que não me cegue o amor que jorra por mim adentro, mas que me sorri e diz: amar assim é bonito, amar assim é inspirador, amar assim é louco, amar assim é gritar que o mundo é pouco, para tanto,
para tanto amor louco!!!
... Esta voz não tem rosto...
(Dedicado a uma voz sem rosto que me escuta, sem juízos e sem me querer pôr o “juízo” no sítio!) 01/04/2018
