Aquele toque e aquele olhar.
- EMCARNEVIVA
- 28 de jul. de 2019
- 1 min de leitura
Atualizado: 30 de jul. de 2019
Fiquei siderado naquele olhar,
naquele toque,
na cadência dos dois gestos.
A sincronização natural,
do amor, por um lado,
do toque e do olhar profundo, por outro.
Ele parado, estático
e merecedor encantado daquela coisa simples, mas rara.
Eu observava parado, boquiaberto e encantado.
Ela tocava o cabelo dele num gesto que hipnotizava,
o olhar acompanhava de forma serena e contagiante aquele toque mágico.
Era amor, diziam uns,
era admiração e proteção sublime, diziam outros.
Aproximei-me sem receios e vergonhas,
eles não me viam,
aliás, não viam ninguém,
como que uma áurea do tempo os separava do mundo.
Era lindo, inspirador, terno e de uma naturalidade atroz.
O toque e o olhar em comunhão arrebatadoras,
a fragilidade e a segurança como gêmeas,
a calma e a intensidade numa conjugação que assustava!
E eu, ali parado,
observava e deliciava-me
embrenhado numa inveja boa,
como ambicionava o lugar do tal,
daquele que era alvo do edílico duplo gesto.
Aquele toque e aquele olhar...
A personificação mais pura do que é o amor,
do que é a admiração e o carinho num só ato.
Olhei uma última vez e saí no fluido das minhas lágrimas.
Das minhas lágrimas e mágoas...
Mágoas de todas as mãos que se escaparam de tão desejados gestos...
Aquele toque e aquele olhar.
Perpetuado até ao infinito do tempo.
Até que ambos se cansem,
pois eu não consigo parar de olhar.
Desejo, puro desejo
por aquele toque,
aquele toque e aquele olhar!
25/07/2019

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