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  • Foto do escritorEMCARNEVIVA

Ambos sabiam...

Foi rápido, na visão dele.

Nunca existiu, na visão dela.

Ela sempre o soube.

Ele cegava-se pela ideia da paixão à primeira vista,

ela via e sabia alimentar essa cegueira.

Ambos o sabiam,

mas ninguém o admitia.

Ele amava-a,

ela dizia que o amava.

Dizia, dizia, dizia...


Insistia no barco que metia sempre água,

mas que parecia seguro,

que parecia que tinha a rota certa,

mesmo que um fosse o leme e o outro a âncora enterrada.

Um queria o porto seguro,

o outro era o porto seguro.


Farto e esgotado de tanto acreditar

na mentira que se tinha imposto,

escorriam-lhe as lágrimas por nunca ter visto o: amo-te,

nunca o ter sentido em ações.

Ambos o sabiam

e ambos se mentiam!


Estava despedaçado!

O que sempre soube confirmava-se:

quando não se ama, sente-se!

Todos sentem

e ele sentiu-o

e ele...

Quis acreditar...

Quis amar,

amar sem ser amado,

apenas...

Escutar: amo-te!


Ambos sabiam,

ele sabia,

ele caminhava sem rumo,

mas sabia qual o seu rumo,

sabia que o amor era a cura,

mesmo que anos e anos sem haver reciprocidade,

sem sentir que o amavam na sua essência,

que o apoiavam por todos os momentos maus,

que não desistiam dele,

mesmo antes de sequer terem acreditado nele!

Ambos sabiam,

ele sabia

e mesmo desistindo de si,

nunca e jamais desistiria do amor!

E isso!? Ambos sabiam!

27/12/2019




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