Ambos sabiam...
- EMCARNEVIVA
- 27 de dez. de 2019
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Foi rápido, na visão dele.
Nunca existiu, na visão dela.
Ela sempre o soube.
Ele cegava-se pela ideia da paixão à primeira vista,
ela via e sabia alimentar essa cegueira.
Ambos o sabiam,
mas ninguém o admitia.
Ele amava-a,
ela dizia que o amava.
Dizia, dizia, dizia...
Insistia no barco que metia sempre água,
mas que parecia seguro,
que parecia que tinha a rota certa,
mesmo que um fosse o leme e o outro a âncora enterrada.
Um queria o porto seguro,
o outro era o porto seguro.
Farto e esgotado de tanto acreditar
na mentira que se tinha imposto,
escorriam-lhe as lágrimas por nunca ter visto o: amo-te,
nunca o ter sentido em ações.
Ambos o sabiam
e ambos se mentiam!
Estava despedaçado!
O que sempre soube confirmava-se:
quando não se ama, sente-se!
Todos sentem
e ele sentiu-o
e ele...
Quis acreditar...
Quis amar,
amar sem ser amado,
apenas...
Escutar: amo-te!
Ambos sabiam,
ele sabia,
ele caminhava sem rumo,
mas sabia qual o seu rumo,
sabia que o amor era a cura,
mesmo que anos e anos sem haver reciprocidade,
sem sentir que o amavam na sua essência,
que o apoiavam por todos os momentos maus,
que não desistiam dele,
mesmo antes de sequer terem acreditado nele!
Ambos sabiam,
ele sabia
e mesmo desistindo de si,
nunca e jamais desistiria do amor!
E isso!? Ambos sabiam!
27/12/2019

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