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  • Foto do escritorEMCARNEVIVA

A solidão...

Naquele dia, igual a tantos outros

ela voltou-me a pegar na mão.

Ela sabia quando eu estava no ponto,

quando me perdia, vezes e vezes sem conta.

Ela era o meu rumo de desapego,

de liberdade triste e dorida,

de não ter rumo e deixar-me ir,

de não conseguir largar a mão,

de deixar de estar ao seu colo,

de deixar de estar dentro dela,

de eu e ela sermos apenas... um só.


Era uma viagem sempre com o mesmo rumo,

sempre com a mesma lágrima,

com o mesmo grito,

com o mesmo silêncio...

Ecoava em mim tudo o que queria e não tinha,

tudo o que tinha e não queria.

Perguntava-me num ritual de autoflagelo,

todos os porquês, todas as dores, todos os vazios...


Estava cheio de um vazio que me transbordava de dor,

tanto como a anestesia que me vidrava o olhar perdido.

Vagueava por dentro dos meus sonhos simples,

das mãos dadas e beijos quentes que já iam longe,

longe, como eu de mim, certamente...


Falhei-me tanto, que a minha pontaria ficou exímia.

Acerto de olhos fechados em tudo o que falho,

ou em tudo o que era suposto não acertar.

Finjo, por momentos, que sou imortal,

apesar de saber que me basta um dia,

um dia sem a solidão que me esmaga

e que me está na pele!

Um dia pelo amor que se vislumbra com um olhar que diz tudo,

que dispensa tudo,

aí sim, direi:

valeu tudo,

mas mesmo tudo,

por um único dia de verdadeiro amor!


6/10/2019




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