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  • Foto do escritorEMCARNEVIVA

A palavra amor deixara de ter sentido

Contrariando a certeza dos dias,

naquela tarde saiu noutra estação,

algo o puxava nessa direção,

algo era maior do que a razão.


Amara-a antes de a conhecer:

já antes dissera o poeta

e agora...

agora algo maior estava para acontecer.

Ele sabia-o, o mundo sabia-o,

mas tentados pelo poder da surpresa,

ninguém ousara dize-lo.


Levitava ao andar,

com um sorriso de orelha a orelha,

ele sentia-se noutra dimensão.

Temia tanto o que esperava,

como que ansiava o que desejava!


A multidão não ousava olha-lo,

apenas atirava um olhar após a sua passagem,

apenas sorria com o poder do amor supremo,

com o amor que já tinha sido anunciado a todos!


As folhas das árvores caiam à sua passagem,

os raios iluminavam-no e ele... bem...

Ele fechara os olhos e parara,

o som desaparecera,

os cheiros intensificaram-se

e ela...

Ela apareceu!


Olharam-se olhos nos olhos.

Num repente,

fundiram-se um no outro.

E a partir daquele dia,

daquela hora,

daquele momento,

a palavra amor teria que ser reinventada,

nada, nada jamais seria como dantes!


O mundo aplaudiu de pé,

lágrimas de alegria e emoção jorraram do céu.

O sol criou um arco íris de amor infinito,

uma beleza rara!


E eles... bem,

eles continuaram suspensos,

ligados,

fundidos um no outro,

olhos nos olhos,

peito no peito,

à espera...


À espera que explicassem o que tivera sido criado,

pois depois de a conhecer,

a palavra Amor já não tinha sentido.

E, suspensos, petrificados um no outro,

eles, e o mundo

esperaram felizes,

pela palavra do poeta,

pela palavra que valesse mais que amor

e que até à data,

até àquele dia,

jamais houvera necessidade de ter sido inventada,

mas ali,

perante tamanha emoção,

o amor...

o amor era palavra que não chegava!

Luís Mestre

31/09/2018








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