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  • Foto do escritorEMCARNEVIVA

A estrada...

E ele transbordava de amor e saudade,

saudade do amor que nunca sentira.

Do amor que o conduzia pela busca.

A busca incessante que transportava na tal estrada...

Pó e lama misturavam-se, mas ele caminhava,

caminhava em busca, em procura constante.


A solidão rasgava-o de alto a baixo,

tal como a certeza do que queria e não conseguia.

Sempre que achava que estava perante a tal,

ela já tinha o tal

e o tal não seria ele.

De olhar fixo e ligeiro sorriso,

dizia adeus, baixava a cabeça e voltava à tal estrada.

A estrada da busca, do fim,

do fim, que seria o princípio,

mas que, afinal, parecia sempre o princípio do fim.


A estrada, o caminho, o fim, o princípio... a vida.

O precipício para a vida, para o amor,

para o sorriso e o preenchimento do abraço.

Do abraço que dispensa palavras,

que eleva o amor a algo palpável e real.


A estrada ficara marcada pelo sangue dos seus pés,

nada o parava: nem a tristeza, nem a mágoa.

Se uma porta entreaberta se fechava,

limpava as lágrimas e continuava.

Não sentia dores nas feridas externas,

apenas os seus gritos interiores pesavam.

Mas o amor, a paixão que queria sentir,

tudo era superior, tudo o guiava, o levitava.


A tal estrada era o caminho.

Umas vezes corredor da morte,

outras, passadiço para a vida sublime ambicionada.

A estrada era a visão,

a visão da estrada em busca da mulher, do sorriso, do beijo, do abraço...

Do novo ser saído da explosão de amor daqueles que se amam no silêncio e nas palavras.


A estrada era o caminho,

era a incerteza,

era o tudo e o nada.

A estrada... a dor... o sorriso... o sonho...

A estrada nunca o fazia desistir, nunca...


12/01/2020





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