A estrada...
- EMCARNEVIVA
- 12 de jan. de 2020
- 1 min de leitura
E ele transbordava de amor e saudade,
saudade do amor que nunca sentira.
Do amor que o conduzia pela busca.
A busca incessante que transportava na tal estrada...
Pó e lama misturavam-se, mas ele caminhava,
caminhava em busca, em procura constante.
A solidão rasgava-o de alto a baixo,
tal como a certeza do que queria e não conseguia.
Sempre que achava que estava perante a tal,
ela já tinha o tal
e o tal não seria ele.
De olhar fixo e ligeiro sorriso,
dizia adeus, baixava a cabeça e voltava à tal estrada.
A estrada da busca, do fim,
do fim, que seria o princípio,
mas que, afinal, parecia sempre o princípio do fim.
A estrada, o caminho, o fim, o princípio... a vida.
O precipício para a vida, para o amor,
para o sorriso e o preenchimento do abraço.
Do abraço que dispensa palavras,
que eleva o amor a algo palpável e real.
A estrada ficara marcada pelo sangue dos seus pés,
nada o parava: nem a tristeza, nem a mágoa.
Se uma porta entreaberta se fechava,
limpava as lágrimas e continuava.
Não sentia dores nas feridas externas,
apenas os seus gritos interiores pesavam.
Mas o amor, a paixão que queria sentir,
tudo era superior, tudo o guiava, o levitava.
A tal estrada era o caminho.
Umas vezes corredor da morte,
outras, passadiço para a vida sublime ambicionada.
A estrada era a visão,
a visão da estrada em busca da mulher, do sorriso, do beijo, do abraço...
Do novo ser saído da explosão de amor daqueles que se amam no silêncio e nas palavras.
A estrada era o caminho,
era a incerteza,
era o tudo e o nada.
A estrada... a dor... o sorriso... o sonho...
A estrada nunca o fazia desistir, nunca...
12/01/2020

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